Libertadores e venda futura: por que o Palmeiras prefere Fabiano a Robinho

Pode parecer estranho o Palmeiras abrir mão de Robinho (meia titular ao longo do empréstimo ao Cruzeiro) para ficar com Fabiano (um lateral-direito até certo ponto limitado e que passou quase toda a temporada no banco de reservas). Corretos ou não, os argumentos existem.

Embora o volante Jean tenha ido bem na lateral – foi eleito o melhor da posição no Campeonato Brasileiro –, Fabiano defende melhor por ser zagueiro de origem. Essa característica pode ser importante principalmente em alguns jogos da Taça Libertadores, sem contar a hipótese de Jean ser deslocado para o meio-campo.

Robinho ficou marcado positivamente no Palmeiras sobretudo pelos gols de cobertura no goleiro Rogério Ceni, atualmente treinador do São Paulo, mas é um jogador que apostava insistentemente em lançamentos longos e inversões de bola, num estilo de jogo diferente do proposto pelo técnico Cuca na última temporada.

Além disso, havia queixas quanto ao comportamento do meia no dia a dia. No momento do empréstimo, diretoria e comissão técnica se limitaram a justificativas técnicas, porém há relatos de que ele não aceitava bem a reserva. Em resumo, era mais custo do que benefício.

Já Fabiano, que atuou apenas 10 vezes com a camisa alviverde, não criou problema algum para o técnico Cuca. Ao contrário: criticado em suas primeiras atuações, foi valorizado pela diretoria por ter dado a volta por cima sem chiar, dedicando-se ainda mais nos treinos. Não à toa, recebeu abraços de todos os companheiros ao fazer o gol do título brasileiro, na vitória sobre a Chapecoense.

Há outro ponto na lista de prós e contras. Fabiano já recebeu sondagens e é visto com mais potencial para venda futura ao mercado europeu. Não apenas pelo estilo polivalente (pode jogar tanto como lateral quanto como zagueiro). Ele também fala alemão fluentemente.

Palmeiras e Cruzeiro têm vínculo com Robinho e Fabiano, respectivamente, até o final de 2019, ambos com opção de compra fixada em 3,5 milhões de euros (cerca de R$ 12 milhões). O modelo semelhante de contrato facilita a ideia de troca definitiva entre os clubes.