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Política

07/01/2017 | Concebido por Goioerê

Bancada do PT racha por causa de Eunício na eleição da presidência do Senado

Bancada do PT racha por causa de Eunício na eleição da presidência do Senado

A 25  dias da eleição que definirá o novo presidente do Senado, a bancada do PT – que tem 10 integrantes – está rachada por conta de divergências em torno de quem apoiar para a sucessão de Renan Calheiros (PMDB-AL) na votação que ocorrerá em 1º de fevereiro.

A parte moderada da legenda – formada pelos senadores Paulo Rocha (PA), Humberto Costa (PE) e Jorge Viana (AC) – quer apoiar o atual líder do PMDB, senador Eunício Oliveira (CE) na eleição interna. A intenção deles é preservar o comando de comissões importantes do Senado e assentos na Mesa Diretora.

Já a ala mais radical do PT no Senado – representada pelos senadores Lindbergh Farias (RJ) e Gleisi Hoffmann (PR) – defende que a oposição lance candidatura própria para evitar votos em um senador que tenha apoiado o “golpe”, o que esvaziaria o discurso defendido pelo partido durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Eunício foi um dos parlamentares que votaram a favor do afastamento da petista do Palácio do Planalto.

Os moderados da bancada petista falam em "respeito à proporcionalidade da Casa". Consequentemente, o grupo defende que o candidato à presidência do Senado seja indicado pela maior bancada: o PMDB, que tem 19 senadores e deve oficializar a candidatura de Eunício.

A bancada do PT marcou uma reunião para o fim deste mês da qual deve participar, inclusive, o presidente da legenda, Rui Falcão.

Receio de ser escanteado

Em conversas de bastidores, parlamentares petistas que querem apoiar Eunício argumentam que se o PT se opuser ao senador cearense poderá criar um desgaste desnecessário com o PMDB, uma vez que, com o apoio do PSDB, Eunício está próximo de ser o novo presidente do Senado.

Esses petistas também admitem receio de que o partido fique com o poder na Casa ainda mais esvaziado. Para eles, a atitude poderia acarretar o escanteamento do PT das funções decisórias da Casa, como a presidência de comissões e vagas na Mesa Diretora.

Atualmente, a sigla oposicionista acumula o comando das comissões de Assuntos Econômicos – considerada uma das mais importantes do Senado – e a de Direitos Humanos.

A de Assuntos Econômicos, no entanto, deverá ficar com o PSDB em 2017. Os tucanos já escolheram, inclusive, o senador Tasso Jereissati (CE) para assumir a presidência do colegiado.

Os petistas articulam para continuar no comando da Comissão de Direitos Humanos e pretendem assumir a Comissão de Assuntos Sociais.

O PT também está à frente das vice-presidências das comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Educação, Cultura e Esporte.

Impasse na bancada

Para Paulo Rocha, que defende o apoio a Eunício Oliveira, o PT deverá respeitar a tese da proporcionalidade para definir o posicionamento.

"Majoritariamente, hoje, eu diria que o PT vai defender a ideia de a composição da Mesa ser através da proporcionalidade, na qual o PMDB, que tem a maior bancada, indica o presidente", disse o parlamentar ao G1.

"Pelo o que está posto, nós vamos [...] continuar a posicionar favorável à indicação que vier do PMDB. A não ser que envolva um debate maior nesse processo", acrescentou.

A ala contrária ao apoio a Eunício, por outro lado, quer o lançamento de uma candidatura de oposição. Eles alegam que não é possível votar no líder do PMDB porque ele votou a favor do impeachment de Dilma no ano passado.

Para essa parcela da bancada petista, votar no senador desconstruiria o discurso da oposição de que o processo de impeachment foi um "golpe de Estado" e poderia representar uma aproximação do PT com o partido de Temer.

Por isso, os parlamentares são favoráveis a uma candidatura dos partidos de oposição.

Embora diga que se sentiu "traído" pelo PMDB no episódio do impeachment, Paulo Paim (PT-RS) diz que a bancada petista não está dividida.

"Nos outros anos [de eleição], todos os candidatos do PMDB sempre são [foram] questionados. A única coisa que tem aí [agora] é o impeachment, que significa que o PT se sentiu traído pelo PMDB", disse Paim ao G1.

Petistas que apoiam Eunício lembram, nos bastidores, que o senador se absteve na segunda votação da sessão do impeachment, o que ajudou a manter Dilma elegível. Eles também frisam que o cearense mantém boa relação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Mesa Diretora

Na atual composição da mesa diretora do Senado, o PT ocupa dois assentos: a primeira-vice-presidência (Jorge Viana-AC) e a quarta-secretaria (Ângela Portela-RR).

O desejo dos petistas é continuar com a vice-presidência da Casa e o partido articula indicação do senador José Pimentel (CE), líder do governo no Congresso Nacional na gestão de Dilma Rousseff.

A vice-presidência, porém, deverá ficar com um senador do PSDB, uma vez o partido tem a segunda maior bancada da Casa: 12 senadores. Diante disso, o PT tem buscado ficar com a primeira-secretaria.

Cabe ao primeiro-secretario autorizar a participação de parlamentares em missões no exterior e gerir – em conjunto com o presidente da Casa – o orçamento do Senado que, em 2017, está previsto em cerca de R$ 5 bilhões.

Fonte: GOIOERÊ | CIDADE PORTAL | G1

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