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Política

31/01/2017 | Concebido por Goioerê

Apesar da aparência de serenidade, subiu a adrenalina do mundo político com Eike e Odebrecht

Apesar da aparência de serenidade, subiu a adrenalina do mundo político com Eike e Odebrecht

Cresceu consideravelmente o nível de adrenalina do corpo político brasileiro com a prisão do ex-brasileiro mais rico do mundo Eike Batista e com a homologação pela presidente do Supremo Tribunal Federal, Carmem Lúcia, da delação premiada dos 77 executivos da Odebrecht, mesmo sem a liberação imediata do sigilo dos depoimentos.

Embora o universo do poder brasiliense esteja aparentemente com os olhos nesses dias voltados apenas para a sucessão nas presidências da Câmara e do Senado, o presidente Michel Temer tenha considerado natural e correta da decisão da Carmem Lúcia, e todos tenham praticamente ignorado o que passa no Rio com Eike, as aparências brasiliensis estão enganando – e muito.

clima de tensão está de efervescente – como sempre ocorre quando a Operação Lava-Jato ou similares saem fora da caixa e dão algum sinal de suas graças. Teme-se sim o que pode sair do ventre dessas desconhecidas – em parte - duas baleias.

Eike, embora falastrão e ainda demonstrando o estilo de um milionário que ainda não viu sua própria decadência, desembarcou dos EUA dando sinais de que pode contar tudo o que sabe – cinicamente, promete colaborar para colocar as “coisas a limpo no país”. Se o fizer, sabe demais para comprometer muitos. Durante anos foi íntimo dos poderes no município, no estado, na União, em diversos quadrantes partidários. É bomba relógio, não há dúvida.

Quanto ao que a Odebrecht pode revelar, boa parte foi vivida e é sabida e intuída, com dimensões para uma catástrofe política tipo big bang. A questão agora é apenas de tempo (uma vez que o sigilo foi preservado) e de como as revelações virão: numa avalanche ou em conta gotas.

A contagem regressiva, porém, já começou. O procurador-geral da República, também está mostrando que não quer ficar com a pecha de ter ajudado a protelar o processo (como Carmem Lúcia ao validar imediatamente os depoimentos) e foi ontem mesmo pegar pessoalmente a papelada no Supremo – não esperou os correios. Caberá ao Ministério Público analisar os depoimentos, pedir novas investigações, abrir denúncias – e pedir a quebra dos sigilos.

A decisão sobre isto, se as coisas se tornam público ou não e quando, ficará com o substituto de Teori Zavascki na relatoria da Lava-Jato. A escolha do nome, porém, não deve demorar. Pode sair até o fim de semana. A tendência de ontem é que ele venha por sorteio, saído da segunda turma do STF da qual Teori fazia parte – Gilmar Mendes, Dias Tofolli, Ricardo Lewandowski, Celso Mello – acrescida de Luiz Fachin, transferido da primeira turma. Calcula-se que nenhum deles, dado o clima criado, terá ambiente para colaborar com qualquer tido de manobra para atraso do processo e até coisas mais inconfessáveis.

No Palácio do Planalto as razões para preocupações são de elevadíssima monta.

Em primeiro lugar, pelo strike que pode promover na equipe do governo, em aliados muito próximos e base aliada. Fala-se em cerca de 100 políticos citados. A amostra do vazamento da delação do lobista da empreiteira, Cláudio Mello Filho, mostrou o teor da bomba: nela foram citados o próprio Temer, Eliseu Padilha, Moreira Franco, Rodrigo Maia, Renan Calheiros.

Na época Temer sentiu o rastilho de pólvora e fez um ofício ao procurador Rodrigo Janot pedindo rapidez nas investigações. Agora, está esse peso angustiante da espera, sujeito a qualquer tipo de novos vazamentos. Talvez não tenha sido uma boa para o presidente o tempo para articulações ganho com a manutenção do sigilo.

Em segundo lugar, porque o clima já criado e o que vier quando o conteúdo das delações começar a ser conhecido pode contaminar de vez o ambiente político, partidário e legislativo, mergulhando todo mundo num “salve-se quem puder” que vai comprometer a pesada agenda de reformas do governo.

Fonte: GOIOERÊ | CIDADE PORTAL | INFO MONEY

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